domingo, 14 de agosto de 2005

Época 2005/2006 vista pelo Presidente da Direcção

ENTREVISTA Constantino Gomes, presidente do FC Famalicão

“Não prevejo nada de tranquilo”
O presidente do FC Famalicão não gostou das mudanças operadas este ano ao nível do futebol. Mais equipas vão descer de divisão e a série A, onde está o Famalicão, tem três equipas da Madeira. Apesar da subida, Constantino Gomes continua a falar decontentação".

Opinião Sport: Quais os objectivos para esta nova temporada?
Constantino Gomes: As responsabilidades são efectivamente maiores devido à calendarização da IIª Divisão, que tem agora quatro séries. Podem descer quatro clubes desta vez. e podem até descer cinco se se tratar de uma equipa B. O Famalicão deve ter o máximo cuidado ao entrar no campeonato. Tivemos que procurar aquilo que era melhor para a equipa. Há que prevenir de qualquer eventualidade que possa aparecer.

OS: Nove contratações para esta nova época. Foram difíceis?
CG: É muito difícil fazer contratações. Como sabe o Famalicão subiu de divisão. Foi prestigiante para o Famalicão e também para os jogadores. No entanto, o Famalicão não vai ter mais dinheiro por ter subido de divisão como se pensa. Infelizmente, ainda não tivemos mais dinheiro. Esperemos que as pessoas nos continuem a ajudar. O Famalicão merece a ajuda. Hoje é tudo muito difícil devido à contenção que se vive, principalmente no seio dos empresários e comerciantes, mas com um bocadinho de boa vontade havemos de conseguir.

OS: Era um dado adquirido a renovação do atacante Garrocho. No entanto, foi tudo por água abaixo. O orçamento pesou nesta decisão?
CG: Efectivamente as coisas estavam encaminhadas. Estávamos à espera de um sim, por parte do Garrocho, mas este comprometeu-se com outro clube. Paciência… partimos para outro.

OS: Há nomes previstos?
CG: Ainda não há nomes. Possivelmente daqui a alguns dias teremos dois à experiência, no intuito de sabermos se interessam ou não ao Famalicão.

OS: Prevê uma época tranquila?
CG: Não prevejo nada de tranquilo. O Famalicão tem que encarar os jogos como difíceis, que são.Este ano, repito, de 15 equipas podem descer cinco. Isso é um problema muito grande. Este ano não vai ser fácil, logo temos que nos empenhar.

OS: Os 96 mil euros de sponzorização oferecidos pela Câmara são do agrado do presidente?
CG: O que me diz é um engano. São 80 mil euros, porque o resto é IVA. Quero rectificar este erro. Não se tratam de 96, mas sim de 80 mil euros.

OS: O Famalicão, inserido na séria A, vai ter que defrontar três equipas da Madeira. Tal modificação vai mexer com o orçamento da equipa famalicense. Estava a contar com isso?
CG: Não estávamos a contar com esta modificação tão repentina. Só contava com isto para a próxima época e a situação veio modificar todos os nossos planos orçamentais e de preparação da equipa. Sabe-se que os clubes estão todos com muitas dificuldades financeiras e o Famalicão não foge à regra. Eu penso que esta alteração dos quadros competitivos ainda vai agravar mais a situação dos clubes. Confesso que ainda não estou bem identificado com esta nova lei dos espaços competitivos. Vamos ter de fazer três viagens à Madeira, embora julge que a federação pagará a passagem para 19 pessoas. O clube tem que ir um dia antes, com treinador, médicos e massagista, ou seja, a rondar as 26 pessoas. Tudo isto são encargos que ultrapassam aquilo que tínhamos orçamentado. Vamos ver a melhor maneira de solucionar este problema.

OS: Vai ser rectificado o orçamento?
CG: Fui buscar esta informação ao site da federação, portanto ainda não recebi a documentação. Ainda não nos debruçamos sobre isso, temos que pensar em soluções.

Fonte: Jornal Opinião Pública - 12/AGO/2005

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